segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que eu também não entendo...

Não, eu não entendo! Mas tento... e não, não consigo!
Por que temos a dificuldade em aceitar o diferente (esse diferente inclui tudo aquilo que não considero bom a partir dos meus próprios julgamentos)?
Não, me desculpe, mas não consigo entender. Um problema do indivíduo contemporâneo? Uma centralização, um volteio sobre si mesmo? Um olhar refletido no pequeno espelho do banheiro?  
Tentamos incessantemente nos firmar socialmente, para isso não buscamos a homogeneidade, somos assim guiados pela perseguição ao diferente. Precisamos ser vistos. Admirados.  Existem pessoas que buscam se destacar profissionalmente, terem a diferença. Outras, buscam o segredo da arte, a dominação do verbo, da escrita, e se dizem poetas, algumas entram em reality show, outras mostram, estampam sobre a pele, cantam, berram sua diferença. Enfim, de alguma forma, todos nós perseguimos “o estar diferente”.
E, entretanto, recusamos, repelimos, nos sentimos enojados justamente pela diferença do outro. Sentimos na nossa boca o asco de ter engolir a diferença alheia.
Somos, então, diferentes ou iguais? Recusamos o outro por ser diferente daquilo que consideramos padrão ou por ele ter a diferença (e, talvez, a coragem de assumi-la ) que buscamos? Ainda existem aqueles que omitem a própria diferença, são intolerantes a si (contraditório? depressivo? suicida?). O que é aceitável? O que é homogeneidade e heterogeneidade?  Não podemos aceitar qual diferença mesmo? A própria?
Somos violentos. Preconceituosos. Omissos. Apontamos como aberração a diferença alheia. Cortamos o direito de gritar, cortamos o pulso do diferente e o sangue escorre pela nossa face. Estamos todos sujos, a intolerância à diferença do outro nos marcou. Caímos no abismo da ignorância e do retrocesso cultural. 

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